Bolachas Maria
Há poucas pessoas neste mundo a quem amo incondicionalmente.
Medrosa, prefiro reservar os meus sentimentos mais profundos para a arte, a música e os animais.
Das pessoas, sobretudo daquelas grandes, receio sempre algo e aproximo-me com receio. Prefiro dedicar-lhes emoçoes mais seguras como o respeito, a admiraçao e a amizade.
Contudo, há a Maria.
A Maria é minha irma e tem 6 anos.
É, como todas as irmas mais novas, a menina mais bonita do mundo e tem uma doçura irresistível.
Esta semana, à conversa com uma amiga, este foi o diálogo estabelecido e transmitido pela minha mae esta manha ao telefone Lisboa-Roma.
Passo a conversa:
Amiga: tens irmaos?
Maria: sim, tenho uma irma mais velha.
A: quantos anos tem?
M: 26.
A: (surpreendida) Ha! Entao é grande!
E já tem filhos?
M: Nao, nao quis ter.
Teve um namorado chamado Lorenzo mas depois fartou-se dele, mandou-o embora e decidiu nao ter filhos.
A: E o que é que ela faz? (a tentar melhorar a aparente tragicidade da situaçao!!)
M: Vive em Roma e sabe o nome de todos os pintores do mundo!!
A amiga, estranhando toda a situaçao, olhou pela janela e permaneceu em silêncio por alguns minutos.... talvez tenha tido vontade de voltar para casa e nao brincar com esta menina com uma família tao estranha!..
Seja como for, todo o meu Amor para a Maria.
E que ela também saiba os nomes de todos os pintores do mundo.
Que ela viaje muito e viva em sítios lindos, muito mais lindos do que Roma.
Que ela se farte de rapazes palermas muito mais facilmente do que eu.
E que seja feliz. Sempre. Como ela bem entender e desejar.
Mas feliz.
E eu cá estarei, mesmo a esta distância culpada, para a ajudar na sua vida feliz.
Amo-te Maria.
2 comments:
Oh! Um beijo e um sorriso para as mana... as irmãs, as irmãs... ai o estatuto!
Pelo 2º dia consecutivo fui apanhada numa choradeira compulsiva e deprimente no gabinete onde trabalho. Responsável: a minha filha Filipa, que, tanto pelas melhores como pelas piores razões, tem o condão de me tocar no mais profundo das minhas entranhas.
Elogios em causa própria não me ficam muito bem, mas, enfim, aqui vai um enorme beijo para o que podia ser a minha melhor amiga, não fora a proximidade que a afasta.
Tudo o que tem de excepcional pouco se deve a mim.
De mim herdou o mau feitio!e, espero, os malfadados princípios que tanto complicam a vida.
Mil beijos para a minha menina que eu reencontro na escrita.
mãe
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