Friday, September 23, 2005

Variacoes

Nesta sexta-feira, recordei um dos poucos musicos do nosso pais...

António Joaquim Rodrigues Ribeiro, filho de camponeses minhotos, desde muito cedo revelou propensão para a música.

Nascido em 3 de Dezembro de 1944, abandonou a sua aldeia natal (Lugar do Pilar, freguesia de Fiscal) em 1957 e foi para Lisboa, onde se dedicou a várias actividades profissionais desde empregado de escritório até barbeiro. Em 1975 viaja até Londres, onde fica durante um ano e parte, depois para Amsterdão onde aprende a profissão de cabeleireiro. Esta aprendizagem servir-lhe-á para se instalar, novamente, na capital portuguesa; onde se estabelece com o primeiro cabeleireiro unissexo de Portugal. Esta actividade não resulta muito bem e, para ganhar a vida, abre uma barbearia na Baixa lisboeta.

Em 1978 grava uma maqueta com alguns temas, que apresenta à Valentim de Carvalho, com a qual assinará contrato.

Na sua própria descrição a música que produz situa-se entre Braga e Nova Iorque. É no programa "O Passeio dos Alegres" de Júlio Isidro que António se apresenta ao grande público. Os temas que cantou nessa emissão chamavam-se "Toma o Comprimido" e "Não Me Consumas" e ainda permanecem inéditos, uma vez que nunca foram registados em disco.

O primeiro trabalho que gravou foi o single "Povo que Lavas no Rio", imortalizado por Amália Rodrigues. 

Amália era, aliás, uma das suas referências, que teve direito a uma canção de Variações ("Voz Amália de Nós"). O seu primeiro longa duração "Anjo da Guarda" é também dedicado à fadista.

Neste disco participam Vítor Rua (com o pseudónimo Vick Vaporub) e Tóli César Machado, músicos dos GNR.

Durante o Verão de 1983 (ano da edição do trabalho discográfico) Variações é muito solicitado para espectáculos ao vivo, sobretudo em aldeias pelo país fora.

Em Fevereiro do ano seguinte António Variações entra em estúdio com os músicos dos Heróis do Mar para gravar o seu segundo longa duração que se intitulará "Dar e Receber".

Em Maio desse mesmo ano dá entrada no Hospital e, no dia 13 de Junho de 1984, morre em consequência de uma broncopneumonia. Será sepultado, dois dias depois, no cemitério de Amares (Braga), perto da sua aldeia natal.

2 comments:

Nuno said...

Too much, Too good.
Consegue cada vez fazer mais sentido e o bom, é que seria, hoje e ainda mais, um ovni por este nosso cantinho.

jp diniz said...

Ainda me lembro de o ver nesse Passeio dos Alegres . O maior dos Antónios do século 20 em Portugal.