ever green?

isto de voltar a casa dá que pensar... os acontecimentos deste sábado deram-me para começar a reflectir na coerência entre a minha idade física e mental, e no seu ajustamento...
iniciei uma revisão dos meus hábitos, ao mesmo tempo em que ouvia o mr. brightside em repeat no volume máximo do ipod, que foi comprado em ny para não ter os limites de som de segurança...
...enquanto voltava para casa da minha mãe (porque não tenho casa em portugal) no carro da minha avó (porque não tenho carro em portugal), sozinha... porque não tenho muita paciência para quase ninguém e porque sou snob e antisocial.
Quando tenho crises, dramas e depressões, enfio-me em casa a ver o taste of the cherry e a pensar nos meus proprios argumentos, enquanto me perco pela mestria da câmara...
Nao consigo assumir uma relação amorosa, fujo se sinto que alguém me quer prender e sou feliz assim, a saltar de um lado para o outro, sentindo-me livre e independente.
A última vez que me apaixonei foi por um rapaz que sabia mais de música e de arte do que eu. Acabou comigo lavada em lágrimas nos braços de um artista bulgaro que se diverte a fazer bonequinhos em paredes brancas, em plena bienal de veneza. Uma tragédia à boa italiana!
Insisto em ter um piercing que fazia sentido há dez anos atrás. Em cortar o cabelo sozinha. Em ler stendhal e imaginar que sou uma das suas heroinas determinadamente loucas.
Não tenho emprego, não quero ter e odeio responsabilidades de qualquer tipo.
No meio de tudo isto, tenho 27 anos e acordo com a cabeça nos 23.
No mesmo dia uma pessoa que não via há muito tempo disse-me que estava igual. Olhei para ele, sorri e pensei - e tu estás velho, chato e gordo. Era o meu primeiro namorado.
Alguém também me acusou de adolescência fora do prazo... e será que não teria a sua razão???